A passarela provisória foi instalada há mais de dois meses e a morosidade prejudica principalmente os usuários do Hospital Universitário e do Instituto de Puericultura.
BRT completa um mês com obras inacabadas
Embora inaugurado há um mês, o sistema viário do BRT entre o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro e a Barra da Tijuca ainda está com obras incompletas em vários trechos. Aqui na Cidade Universitária, o Terminal de Integração está sem data prevista para ser inaugurado e muitas intervenções são realizadas para aumentar a segurança das pessoas que frequentam o campus. No entanto, a morosidade prejudica principalmente os usuários do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) e do Instituto de Puericultura Martagão Gesteira (IPPMG). A passarela sobre a Linha Vermelha e Avenida Brigadeiro Trompowsky está longe de ser concretizada.
A Ouvidoria do HUCFF recebe reclamações diárias sobre situação precária e improvisada da passarela. Além disso, o consórcio Transcarioca não sabe informar quando será concluída a reforma. A passarela está em um estado que dificulta bastante à locomoção de pacientes. De acordo com a assessoria de comunicação do HUCFF, o maior público do hospital é formado por pessoas idosas e com limitações físicas, algo desconsiderado pela Transcarioca. No IPPMG, por exemplo, mães com crianças de colo têm muita dificuldade em atravessar a passarela.
É o caso dos moradores da Baixada Fluminense como Maria Lucia da Silva Neves, de Japeri, e de Dalton Apolinário, de Duque de Caxias. A primeira morre de medo de passar pelo local e estava ofegante após subir os quatro lances estreitos da escada. Para ele, que frequenta há 20 anos o hospital a demora para conclusão das obras é absurda. Outra que tem pavor de passar pela passarela improvisada é Marcilene da Silva Souza, que estava com o filho de 6 anos e ia ao HUCFF. “Sou frequentadora tanto do hospital quanto do IPPMG, onde meus filhos passam por tratamento. Eu sinto palpitações só de pensar que tenho que passar pelo local”, disse ela.
A passarela provisória foi instalada há mais de dois meses, desde que a pista do sistema BRT foi concluída. São quase 10 metros de uma estrutura de metal, que tem piso formado por tábuas. Para subir ou descer, uma estreita escadaria com plataformas de metal. “Outro dia precisei ir segurando na mão de uma senhora bem mais idosa do que eu e precisava ir parando em cada lance para descansar. como o lugar é muito estreito ficamos com muito medo de cair”, relatou Angela Maria da Encarnação, moradora de Honório Gurgel.
Diversas visitas foram realizadas pelo corpo técnico da Prefeitura Universitária ao local, o que gerou a produção de diversos relatórios acompanhados de imagens que interpelam o consórcio Transcarioca. Apesar das fotografias demonstrarem a restrição de pessoas aos dois hospitais da universidade, o consórcio se limita a responder que há o compromisso de solução o mais rápido possível. A prefeitura continua cobrando e documentando diariamente cada passo da obra.