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Abandono de animais precisa de nova abordagem

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Prefeitura Universitária estuda a reformulação da abordagem do abandono de animais nos campi universitários

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ABANDONO DE ANIMAIS PRECISA DE NOVA ABORDAGEM

Sidney Coutinho

07.04.2015

Uma completa reformulação na abordagem sobre animais abandonados nos campi universitários é o que pretende a Prefeitura Universitária nos próximos meses, após o aumento no número de reclamações e diante da resistência de parte da comunidade universitária às iniciativas para recolhimento de cães e gatos que atacam pessoas.

Todos os meses chegam da Ouvidoria-Geral da universidade relatos de pessoas insatisfeitas com a aparente inoperância da Prefeitura Universitária diante do problema. No entanto, o que as pessoas desconhecem são as tentativas de resolução por meio da Secretaria Especial de Promoção de Defesa dos Animais (Sepda), órgão municipal responsável pelo recolhimento de animais e promoção da posse responsável de animais.

Em dezembro, um prestador de serviço da própria Prefeitura Universitária, José Maria dos Santos Martins, foi mordido por um cão ao ir registrar o ponto no local de trabalho, que fica próximo a Residência Estudantil. Devido à gravidade do ferimento, o funcionário procurou o posto de saúde enquanto a Prefeitura Universitária buscava o Centro de Controle de Zoonoses para registrar a ocorrência do ataque, conforme indicação da Sepda.

Dois dias depois, ao tentar recolher o animal para observar se havia o risco de transmissão da raiva animal, a equipe do Centro de Zoonoses se deparou com uma cena inusitada. Um grupo de alunos da Residência Estudantil representados pelo estudante, identificado apenas como Thiago, baseado em um documento manuscrito, informou ser decisão de assembleia do alojamento impedir o recolhimento do animal sem parecer concreto da Prefeitura Universitária e do reitor da UFRJ, alegando que era necessária a presença de um veterinário para diagnosticar se o cão estava realmente doente.

Evitando polemizar, os funcionários da prefeitura carioca lamentaram a perda de tempo e regressaram para o Centro de Zoonoses. Antes porém, eles entregaram documento escrito pelo aluno e informaram que não poderia mais recolher o cão, alertando a Prefeitura Universitária para os riscos de outros ataques e da transmissão de zoonoses provocada pelos diversos animais que ficam no local. Infelizmente, esta não foi a primeira vez que o Centro de Zoonoses foi ao campus e foi impedido por alunos e protetores de remover um animal que havia mordido alguém. Em outra oportunidade, um animal foi levado, mas, no dia seguinte, protetores foram buscá-lo para ser solto novamente no campus.

Em janeiro, a Prefeitura Universitária foi interlocutora de uma iniciativa para recolhimento de gatos abandonados no Centro de Ciências e Saúde (CCS). A Sepda forneceu armadilhas para a captura de felinos, mas apenas três foram recolhidos para esterilização. Semanas depois, a Prefeitura Universitária tomou ciência que a decania do CCS ignorou os apelos de auxílio da professora envolvida com a ação, que até hoje não foi indenizada pelos gastos com o tratamento pós-operatório dos felinos.

Como afirma o vice-prefeito Paulo Mário Ripper, a Prefeitura Universitária está imobilizada pela falta de apoio, ao mesmo tempo que é pressionada pelas ações individuais de cuidadores de animais, que tem a expectativa de receberem os recursos e indenizações para os custos envolvendo a esterilização e o tratamento dos bichos. A própria ouvidora-geral da UFRJ, reconhece que sem o engajamento dos dirigentes das unidades e dos centros por onde os cães circulam pouco ou nada pode ser feito.

Para Ripper, parece mais fácil apontar o dedo para a Prefeitura Universitária do que encarar o problema. “Vamos intensificar as campanhas de orientação para as pessoas atacadas por animais no campus e divulgar os locais onde a Prefeitura do Rio realiza a esterilização gratuita de cães e gatos vítimas de abandono. Mas sem recursos e apoio, precisamos encontrar uma nova formula para lidar com o problema”, finalizou.