Recuperar áreas de Mata Atlântica, restingas e manguezais é a proposta.
PLANO PROPÕE MINIMIZAR IMPACTOS AMBIENTAIS COM INTERVENÇÃO HUMANA NO CAMPUS
25.11.15
Os gestores da Prefeitura da UFRJ e do Escritório Técnico Universitário (ETU) conheceram na tarde de terça-feira (24/11) o Plano Diretor Ambiental Paisagístico (PDAP) para a Cidade Universitária. A apresentação ocorreu no auditório do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (IESC) da UFRJ. Uma comissão multidisciplinar elaborou o plano que propõe minimizar os impactos ambientais inerentes às mudanças no campus com o Plano Diretor da universidade (PD UFRJ 2020).
O ecólogo Marco Aurélio Louzada, profundo conhecedor dos ecossistemas do arquipélago que formou a Cidade Universitária, esclareceu que a proposta é investir na recuperação da vegetação típica do entorno da Baía de Guanabara composta de áreas de Mata Atlântica, restingas e manguezais, além de dar um tratamento à paisagem do campus, para permitir que os usuários do espaço passem a valorizar a flora e fauna locais. “A medida que você conhece, valoriza e participa da preservação”, destacou ele.
Segundo Louzada, existiu a preocupação de se apresentar ações viáveis, inclusive do ponto de vista financeiro, ao se propor o resgate do ambiente paisagístico. Implantação de passarelas sobre os manguezais e de outros exemplares de vegetação de Mata Atlântica, por exemplo, só são previstos em etapas do projeto quando houver condições orçamentárias. Em um primeiro momento, o PDAP quer indicar ações de gestão do território para proteger os ecossistemas das agressões decorrentes da intervenção humana, ou seja, cuidar melhor das áreas verdes remanescentes após as obras previstas no Plano Diretor da UFRJ.
Além de toda a extensão da ilha ter sido percorrida a pé para que se fosse feito registros de GPS demarcando cada área geográfica, um levantamento da legislação ambiental vigente foi realizado para elaborar o PDAP. Um trabalho fotográfico também subsidiou com imagens todo o estudo que propõe dividir a Cidade Universitária em sete tipologias onde ocorrerão intervenções: visual litorâneo, ambiente arboral, ornamentação viária, entorno predial, manguezal, conservação florestal e água.
De acordo com a comissão, ainda há muita vegetação remanescente de área de restinga, por exemplo, que as pessoas por não conhecerem acreditam se tratar apenas de áreas desertas e descuidadas. “O potencial do campus é grande. Existem mais de 190 espécies de aves que vivem ou transitam por aqui. Não há apenas lixo, como querem retratar em imagens nos jornais. Agora, se a UFRJ não fizer uso dos espaços, alguém o fará. Por isso, eles precisam ser conhecidos e ocupados”, enfatizou o especialista em ciências ambientais, Alfredo Heleno de Oliveira, também integrante da equipe que trabalhou no PDAP.
A comissão de elaboração do PDAP foi criada por uma portaria da universidade de 2014 e é composta, além de Marcos Louzada e Alfredo Heleno, pelas mestres em aquitetura paisagística Beatriz Araújo e Danielle Coimbra, pela mestre em Urbanismo Mônica Carvalho e pela engenheira agrônoma Roberta Kelly.