Workshop no IPPMG (15/12) reunirá representantes de municípios e estado para debate.
DOENÇAS TRANSMITIDAS PELO AEDES AEGYPTI EM FOCO
4.12.2015
Sidney Coutinho
O Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG) será a sede de uma iniciativa para controle e orientação de pacientes, profissionais de saúde e população sobre o alastramento do Zika vírus no Estado do Rio de Janeiro. No dia 15 de dezembro, a partir das 8 horas da manhã, haverá o workshop sobre Doenças Transmitidas pelo Aedes Aegypti, que contará com a participação de representantes da Secretaria Estadual de Saúde e das secretarias municipais de todo o estado.
De acordo com o diretor Geral do IPPMG, Professor Edimilson Migowski, a ideia é discutir formas de atuação para combater os focos do mosquito e tratar das pessoas com o apoio científico da UFRJ. “Convidamos os responsáveis pelos hospitais da universidade, principalmente, os ligados diretamente com crianças e gestantes, para definir ações e questões de bioética”, disse.
A proposta do workshop é de elaborar dois documentos: um voltado para o público leigo e outro voltado para os especialistas em saúde. “Como proceder para identificar a doença, que orientações passar para a gestante como médico, qual repelente deve ser indicado para gestantes, e até que roupa devem ser usadas para evidenciar o mosquito e evitar ser contaminado são algumas questões que deveremos responder com esses documentos”, esclarece o diretor do IPPMG.
Ao que se sabe até o momento, o Zika vírus foi descoberto na década de 1940 em Uganda, no continente africano, e identificado nas Américas apenas no ano passado. Transmitida pelo Aedes aegypti, mesmo transmissor da dengue, a ZiKa é uma doença viral aguda nova, sem muitos registros na literatura médica, que causa febre, manchas pelo corpo, coceira, além de dor de cabeça, muscular e nas articulações. Apresenta evolução benigna e os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente após três ou sete dias. O tratamento é hidratação e medicamentos para os sinais e sintomas.
A relação entre o zika e os casos de microcefalia está confirmada pela Organização Mundial de Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde, que emitiram um comunicado pedindo que se estabeleçam capacidade de diagnóstico da doença e que se preparem para um aumento no número de casos reforçando o atendimento pré-natal e neurológico. “Aqui no IPPMG temos 33 especialidades pediátricas. É natural que concentremos as orientações com a iniciativa”, lembrou Bruno Leite, vice diretor geral do instituto.
O bebê com microcefalia nasce com o cérebro e o crânio menor que o tamanho normal. Em geral, a condição é decorrente de alguma infecção adquirida pela mãe durante a gravidez, como toxoplasmose, rubéola e citomegalovírus. Em nove entre dez casos, a microcefalia está associada a um atraso no desenvolvimento neurológico, psíquico e/ou motor. No Brasil, o Ministério da Saúde confirmou até o fim de novembro, que foram notificados 1.248 casos de microcefalia no país, identificados em 311 municípios de 13 Estados e Distrito Federal. No Estado do Rio de Janeiro, segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) foram registrados (até 30/11), 21 casos da malformação congênita. A média nos últimos 10 anos é de 12,8 casos por ano.
Confira a programação do Workshop, que acontece no anfiteatro nobre do IPPMG, que fica na Rua Bruno Lobo, 50 – Cidade Universitária:
8 horas- Welcome coffe e credenciamento
9 horas – Abertura
Edimilson Migowski, diretor do IPPMG, e Alexandre Chieppe, subsecratário estadual de Saúde.
9:15 até h às 10h – Epidemiologia no Mundo, Brasil e Rio de Janeiro- Dr. Alexandre Chieppe
10h às 10h30 – Métodos diagnósticos
Prof. Dr. Davis Ferreira (UFRJ)
10h30 às 11h – Clínica
Prof. Dr. Edimilson Migowski (IPPMG)
11h15 às 12 – Microcefalia
Profª. Drª. Aline Chacon (IPPMG)
12h às 12h30 – Questões Bioéticas
Prof. Dr. Alexandre Costa (UFRJ)
12h30 às 13h – Orientações da Secretaria Estadual de Saúde e do Ministério da Saúde
Alexandre Chieppe, subsecratário estadual de Saúde e demais autoridades presentes.