O fóssil de um dos primeiros pterossauros encontrados no Brasil será exposto, pela primeira vez, a partir de 14 de abril, no Museu Nacional/UFRJ.
MUSEU NACIONAL EXPÕE FÓSSIL DE UM DOS PRIMEIROS RÉPTEIS VOADORES DESCOBERTOS NO BRASIL
Assessoria de Imprensa do Museu Nacional – 9/04/18
O fóssil de um dos primeiros pterossauros encontrados no Brasil será exposto ao público, pela primeira vez, a partir de 14 de abril (sábado), no Museu Nacional/UFRJ, Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro. Trata-se do crânio de um animal encontrado na Bacia do Araripe, Ceará, e descrito pelos paleontólogos italianos Guido e por Giuseppe Leonardi, em 1985. A espécie recebeu o nome de Cearadactylus atrox (Ceará + dactylus do grego significando “dedo”, “dígito”, e atrox do latim, significando-cruel, em alusão aos grandes dentes). Há cerca de 100 milhões de anos, os céus do Nordeste brasileiro eram povoados pelos pterossauros, os répteis voadores.
A peça foi doada ao Museu Nacional pela família de Guido Borgomanero (1921-2005), ex Cônsul da Itália para os Estados do Paraná e São Paulo e um apaixonado pela Paleontologia. Ele e sua esposa, Ragnhild Borgomanero, construíram ao longo da vida uma das mais importantes coleções particulares de fósseis e minerais da América Latina.
A apresentação do fóssil original acontecerá no dia 13 de abril (sexta), durante a cerimônia de posse do novo diretor do Museu Nacional, o Paleontólogo Alexander Kellner, um dia antes de ocupar o circuito expositivo do museu. Na ocasião, o diretor fará uma breve homenagem à Família Borgomanero, em agradecimento à doação feita pela Sra. Ragnhild. A peça poderá ser visitada a partir de sábado (14) juntamente com o fóssil da mandíbula, a réplica da cabeça do animal em vida e a réplica, em resina, do fóssil do animal, antes de ser redescrito (ainda em um nódulo de rocha).
Segundo Alexander Kellner, a doação do fóssil para o Museu Nacional, além de importante, é muito simbólica pelo fato de um particular, uma pessoa física, contribuir diretamente para o museu. “Isto é muito significativo, uma vez que não temos essa tradição em nosso País, onde particulares doam coisas para instituições em que eles acreditam”, conclui.
O Cearadactylus atrox
O Cearadactylus atrox era um animal cujo tamanho estimado de um ponto ao outro da asa deveria girar em torno de quatro metros. Esta espécie diferencia-se dos demais pterossauros pela particular expansão da região anterior da mandíbula, que é bem maior do que a da arcada superior, sugerindo que as arcadas superior e inferior não fechavam totalmente, deixando um espaço vazio, possivelmente para prender o alimento que precisava ser examinado com mais cuidado. A descoberta desta espécie contribuiu para um melhor conhecimento da diversidade de pterossauros da Bacia do Araripe.
O diretor do Museu Nacional destaca, ainda, que a peça é um dos primeiros crânios de pterossausos mais completos encontrado no mundo. “Na América do Sul, até pouco tempo, era o principal exemplar em termos de preservação, o que contribuiu muito para entendermos como eram esses répteis voadores gigantes, porque até então o que conhecíamos deles era através de materiais fragmentados”, afirma Kellner.
A espécie foi diretamente citada em uma passagem do livro de Michael Crichton, Jurassic Park, que deu origem à série de filmes, mostrando o destaque que os répteis voadores brasileiros têm internacionalmente.
Os 200 anos Museu Nacional
Em 2018 o Museu Nacional/UFRJ comemora 200 anos. Foi fundado em seis de junho de 1818 por D. João VI, com o intuito de promover o progresso cultural e econômico no país. Inicialmente sediado no Campo de Santana, só veio a ocupar o Palácio de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, a partir de 1892, três anos após a Proclamação da República.
Atualmente o Museu Nacional integra a estrutura acadêmica da Universidade Federal do Rio de Janeiro e detém a maior coleção de História Natural e Antropologia da América do Sul. As peças que compõem as exposições abertas ao público são parte dos 20 milhões de itens das coleções científicas conservadas e estudadas pelos Departamentos de Antropologia, Botânica, Entomologia, Geologia e Paleontologia, Invertebrados e Vertebrados.
SERVIÇO
Exposição permanente | CEARADACTYLUS ATROX – Répteis voadores nos céus brasileiros há 100 milhões de anos
Apresentação: 13 de abril de 2018 – 16 horas (só para convidados)
Abertura ao público: A partir de 14 de abril de 2018 (sábado)
Museu Nacional/UFRJ
Quinta da Boa Vista – Bairro Imperial de São Cristóvão – Rio de Janeiro – RJ
Aberto de terça a domingo, das 10 às 16 horas, e as segundas das 12 às 16 horas
Ingressos: R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia)
Gratuidade: crianças até 5 anos e pessoas com deficiência
Entrada gratuita para todos, todos os dias, a partir das 15 horas
Telefone: 21 3938-1100 | 3938-1123 (NAP)
Website: www.museunacional.ufrj.br
Facebook: www.facebook.com/MuseuNacionalUFRJ
CONTATO (a partir de segunda, 09 de abril)
Mariah Martins
Gabinete do Diretor Museu Nacional/UFRJ
Tel.: 21 3938-1202 | mariah@mn.ufrj.br