Com o objetivo de promover melhorias na qualidade ambiental dos Campi Cidade Universitária e Praia Vermelha, a Prefeitura Universitária da UFRJ iniciou a instalação de lixeiras urbanas em pontos estratégicos.
Neste primeiro momento, a ação contempla locais de maior circulação de pedestres, com a perspectiva de expansão gradual para demais áreas urbanas dos campi, de modo a ampliar a cobertura e a eficiência da gestão de resíduos sólidos.
A limpeza urbana em ambientes universitários representa um desafio constante. Para além da necessidade de manutenção regular dos equipamentos e de seu entorno, a efetividade desse serviço está diretamente vinculada ao engajamento da comunidade acadêmica e ao fortalecimento da consciência ambiental coletiva.
Em conformidade com os princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010) — que estabelece a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos e a importância da gestão integrada de resíduos —, as novas lixeiras estão sendo identificadas com adesivos informativos, contendo identificação e telefone de contato.
Essa medida visa estimular a colaboração dos usuários na preservação do espaço público, possibilitando a comunicação de irregularidades, atos de vandalismo ou dúvidas sobre o serviço.
Adicionalmente, está em desenvolvimento um sistema mais robusto de coleta, no âmbito da qualificação do mobiliário urbano do campus, com foco na durabilidade, funcionalidade e padronização dos equipamentos. Até que esse novo modelo esteja disponível, a instalação atual visa suprir de forma estratégica as principais demandas, contribuindo para a limpeza, o ordenamento e o bem-estar nos espaços compartilhados da universidade.
O Prefeito da UFRJ, Marcos Maldonado, comemorou a iniciativa:
“Estávamos tentando adquirir as lixeiras há muito tempo, mas o processo de compra vinha sendo postergado devido às constantes restrições orçamentárias na Universidade. Seguimos trabalhando e insistindo na importância da instalação dos recipientes adequados para descarte de resíduos – não só para aprimorar a qualidade ambiental no campus, mas também para resguardar a saúde do nosso corpo social, já que o lixo jogado nas vias acaba servindo como local de proliferação para os vetores de doenças, como dengue, zika e chikungunya, além de atrair roedores e outros insetos. Os coletores estão sendo instalados e agora é necessário que a comunidade acadêmica faça sua parte, descartando o lixo nos locais adequados e preservando o patrimônio público.”
Ação do Projeto Mar Sem Lixo com apoio da Prefeitura Universitária promoverá limpeza e coleta de resíduos sólidos na orla da Ilha do Fundão, próximo ao Coppead, dia 08/06, às 9h30.
Trata-se uma iniciativa socioambiental idealizada pelo Projeto Mar Sem Lixo que visa à conscientização, mobilização e engajamento na proteção do ecossistema marinho da Baía de Guanabara e que prevê a realização de várias atividades simultâneas no próximo domingo na Cidade Universitária, tais como:
Limpeza e coleta de resíduos sólidos na faixa de areia e costões;
Triagem e identificação dos resíduos coletados, com fins de registro e análise;
Atividades de educação ambiental, incluindo rodas de conversa e palestra;
A Prefeitura Universitária apoia a iniciativa e o prefeito, Marcos Maldonado, reitera seu compromisso em encorajar e promover ações e projetos que visem à sobrevivência e à restauração da Baía de Guanabara e à qualidade ambiental nos campi da UFRJ.
📝 Marque na sua agenda:
🗓️ Data: dia 08/06/2025 (domingo) 🕗 Horário: 09h30 📍Local: trecho da orla próximo ao Coppead e Cetem
O evento é gratuito e aberto a todos os interessados sem a necessidade de inscrição prévia.
O Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (CEPEL) concluiu no dia 08 de fevereiro, o plantio de 205 mudas de espécies nativas junto à faixa do manguezal, localizado nos fundos do seu terreno, na Cidade Universitária. O objetivo é contribuir com a biodiversidade, recuperar os ecossistemas locais e proporcionar um habitat seguro para diversas espécies de fauna e flora. Agora, em parceria com a Prefeitura da UFRJ, iremos todos agir para garantir que esse espaço permaneça limpo e saudável para o desenvolvimento das mudas e preservação do manguezal.
Desta maneira, o CEPEL e a PU convidam todos os colaboradores, seus familiares e amigos, a participarem do mutirão de limpeza do manguezal, que acontecerá no dia 14 de junho (sábado), às8h.
Trata-se de mais uma iniciativa do Prefeito da UFRJ, Marcos Maldonado, em firmar parcerias a fim de promover melhorias na qualidade ambiental na Cidade Universitária e aumentar o bem-estar da comunidade acadêmica.
Orientações para os voluntários
🌱O que usar:
Calçado fechado
Calça
Boné
Protetor Solar
Repelente
🌱O que levar:
Garrafinha de água (forneceremos água para abastecer as garrafinhas ao longo da ação).
Luva para recolher os resíduos.
Lanche para repor as energias.
📝 Marque na sua agenda:
🗓️ Data: dia 14/06/2025 (sábado) 🕗 Horário: 08h 📍Local: o ponto de encontro será no final da rua Maria Paulina de Souza ( antigo estacionamento dos roteiros)
Vista do Parque da Mata Atlântica Frei Vellozo na Cidade Universitária (COUA/PU/UFRJ)
No dia 27 de maio, foi comemorado o Dia Nacional da Mata Atlântica, uma data que remonta à Carta de São Vicente, escrita em 1560 pelo Padre José de Anchieta. No documento, Anchieta descreve a exuberância e a biodiversidade da Mata Atlântica, destacando a importância de proteger seus patrimônios naturais e culturais.
Em alusão a esta data, e como parte da Agenda Ambiental da Prefeitura Universitária (PU), os novos técnicos-administrativos da instituição, recentemente integrados à universidade, participaram de uma ação significativa: o plantio de três espécies nativas da Mata Atlântica no Horto Universitário, junto com junto com os técnicos da PU e alunos do Curso e Paisagismo da UFRJ. As árvores plantadas foram a Eugenia uniflora, popularmente conhecida como pitangueira, a Myrciaria glazioviana, conhecida como cabeludinha, e a Campomanesia xanthocarpa, também chamada de guabiroba. Esta atividade reforça o compromisso da UFRJ com a preservação ambiental, integrando o campus universitário à rica biodiversidade do bioma.
Atividade do Dia Nacional da Mata Atlântica no Horto Universitário – 27/05/2025
Atividade do Dia Nacional da Mata Atlântica no Horto Universitário – 27/05/2025
Atividade do Dia Nacional da Mata Atlântica no Horto Universitário – 27/05/2025
Atividade do Dia Nacional da Mata Atlântica no Horto Universitário – 27/05/2025
Atividade do Dia Nacional da Mata Atlântica no Horto Universitário – 27/05/2025
Relevância da Mata Atlântica
A Mata Atlântica é composta por formações florestais nativas e ecossistemas associados (manguezais, vegetações de restingas, campos de altitude, brejos interioranos e encraves florestais do Nordeste). De acordo com o mapa de biomas do IBGE (2023) , a Mata Atlântica ocupa 1,1 milhões de km² em 17 estados do território brasileiro, estendendo-se por grande parte da costa do país. Porém, devido à ocupação e atividades humanas na região, hoje restam cerca de 13% de sua cobertura original.
As florestas e ecossistemas da Mata Atlântica desempenham papel fundamental na produção e regulação da água, no equilíbrio climático e na proteção das encostas, ajudando a mitigar desastres naturais. Elas também são essenciais para a fertilidade e conservação do solo, além de oferecerem recursos valiosos como alimentos, madeira, fibras, óleos e remédios. Para além de sua função ecológica, esses ambientes preservam paisagens cênicas únicas e um vasto patrimônio histórico e cultural, que fazem da Mata Atlântica um bem inestimável para o Brasil e o mundo.
A representatividade da Mata Atlântica na Cidade Universitária
A Cidade Universitária (CIDUNI) abriga, somente no Parque da Mata Atlântica Frei Vellozo – Catalão,área de preservação de relevante interesse da Instituição, 17 hectares de Mata Atlântica. Além disso, abrange 5,5 km de praias e 12 km de franja de manguezal, além das áreas de restinga, banhados pela Baía de Guanabara. Na CIDUNI, já foram registradas mais de 200 espécies de aves e mais de 185 espécies arbóreas nativas e exóticas.
O Parque da Mata Atlântica Frei Velozzo desempenha um papel fundamental na conservação da biodiversidade local, abrigando uma grande variedade de espécies nativas e endêmicas do bioma. Além de ser um espaço de preservação ambiental, o parque serve como um laboratório ao ar livre para ensino e pesquisa, promovendo atividades de educação ambiental e conscientização para a comunidade universitária e o público em geral. Nomeado em homenagem a Frei Luiz Velozzo, defensor da natureza, o parque também é um espaço de extensão universitária e realiza visitas guiadas que abordam a sustentabilidade e a preservação ambiental.
Parque da Mata Atlântica Frei Vellozo, Cidade Universitária (COUA/PU/UFRJ)
Visita ao Parque da Mata Atlântica Frei Velozzo na Cidade Universitária durante a recepção de intercambistas (COUA/PU/UFRJ)
Apesar de sua importância, o parque enfrenta desafios como a pressão urbana e a degradação ambiental, mas continua sendo um importante ponto de resistência ecológica e um modelo de integração entre ambiente urbano e natureza. Ele é um dos poucos fragmentos de Mata Atlântica dentro de uma área urbana no Rio de Janeiro, e seu trabalho de restauração ecológica contribui para a recuperação da flora e fauna locais.
Visando a proteção desses ecossistemas, o Plano Diretor 2030 (PD30) definiu uma faixa de amortecimento de 30 metros a partir da borda interna da área do ecossistema. O PD30 trouxe ainda como diretrizes a recuperação do solo, o desenvolvimento de projetos para o levantamento e mapeamento da biodiversidade, a preservação da Ilha do Parque da Mata Atlântica Frei Vellozo – Catalão, o plantio de árvores nativas com mudas produzidas pelo Horto da UFRJ e a implementação de planos e projetos como o Plano Diretor Ambiental Paisagístico para a Cidade Universitária (PDAP), Parque da Orla e o Polo de Meio Ambiente e Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (POMARS).
Atualmente, os grandes desafios enfrentados pela UFRJ para manutenção dos ecossistemas estão relacionados à grande quantidade de lixo flutuante proveniente da Baía de Guanabara que é trazido pela maré e depositado na orla das praias da CIDUNI, e o controle das espécies invasoras, com destaque para a Leucaena leucocephala (leucena), espécie que promove a homogeneização da flora devido sua alta capacidade competitiva, causando perda de biodiversidade. Nesse aspecto, a regularidade dos serviços prestados nos contratos de coleta e destinação de resíduos e de manutenção de áreas verdes são essenciais para lidar com esses desafios.
Outras áreas da UFRJ possuem relevância para a conservação da Mata Atlântica, como exemplo a Estação Biológica de Santa Lúcia – EBSL, localizada no Estado do Espírito Santo. EBSL é uma gleba formada por áreas sob a responsabilidade do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Sociedade de Amigos do Museu Nacional (SAMN), sendo administrada por um Conselho Gestor formado por representantes dessas três entidades.
Fontes:
IBGE. IBGE atualiza estatísticas das espécies ameaçadas de extinção nos biomas brasileiros | Agência de Notícias (2023). Disponível em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/36972-ibge-atualiza-estatisticas-das-especies-ameacadas-de-extincao-nos-biomas-brasileiros>.
MMA. Mata Atlântica (2022). Disponível em: <https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/biodiversidade-e-biomas/biomas-e-ecossistemas/biomas/mata-atlantica>.
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📝 Marque na sua agenda:
🗓️ Data: dia 06 de junho (sexta-feira) 🕗 Horário: às 09h 📍Local: na Prainha, ao fundo da Faculdade de Letras, na Cidade Universitária.
🚫 Não é necessário realizar inscrição prévia!
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Uma parceria com a Petrobrás e uma realização do Projeto Orla Sem Lixo com apoio da Prefeitura Universitária.
Parque da Mata Atlântica Frei Vellozo/Ilha do Catalão | Foto: Alfredo Heleno
Criação da data
As Nações Unidas, em sua Resolução A/RES/55/201, proclamaram o dia 22 de maio o Dia Internacional da Diversidade Biológica. Essa data comemora a adoção do texto da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) em 22 de maio de 1992.
Segundo a CBD, que faz parte do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a campanha de 2025, entitulada “Harmonia com a natureza e desenvolvimento sustentável”, busca chamar a atenção mundial para a Agenda 2030 e seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e os Objetivos e Metas do Quadro Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal, duas agendas universais que devem ser perseguidas em conjunto, no espírito do Pacto para o Futuro recentemente adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro de 2024. Dentre as 23 metas a serem alcançadas até 2030, estão 30% de conservação da terra, mar e águas interiores, 30% de restauração de ecossistemas degradados, redução pela metade da introdução de espécies invasoras e redução de US$ 500 bilhões/ano em subsídios prejudiciais.
A diversidade biológica é a base da vida na Terra. Ela sustenta não apenas os ecossistemas naturais, mas também nossas economias, saúde e bem-estar. Cada espécie tem um papel vital no equilíbrio do nosso planeta. Segundo o PNUMA, os peixes fornecem 20% da proteína animal para cerca de 3 bilhões de pessoas. Mais de 80% da dieta humana é fornecida por plantas. Cerca de 80% das pessoas que vivem em áreas rurais em países em desenvolvimento dependem de medicamentos tradicionais à base de plantas para cuidados básicos de saúde. Mas a perda de biodiversidade ameaça tudo, inclusive a nossa saúde. Está comprovado que a perda de biodiversidade pode ampliar as zoonoses — doenças transmitidas de animais para humanos — enquanto, por outro lado, a manutenção da biodiversidade é uma grande aliada na prevenção da ocorrência de pandemias.
A Biodiversidade no Brasil
Nesse sentido, a biodiversidade brasileira é de grande relevância científica, social e ambiental. Segundo estimativas da CDB, o Brasil abriga entre 15% e 20% de toda a biodiversidade mundial, sendo considerado um dos países mais megadiversos do mundo. Essa riqueza biológica está distribuída por diversos biomas e ecossistemas brasileiros, incluindo a Mata Atlântica, bioma dominante do Estado do Rio de Janeiro. Conhecida como um hotspost, área que concentra alta biodiversidade, associada a uma grande ocorrência de endemismos – espécies que só ocorrem numa certa região – e sujeita a grande pressão antrópica, a Mata Atlântica é definida também como patrimônio nacional pela Constituição Federal de 1988.
Biodiversidade da Cidade Universitária
Como exemplo de Biodiversidade na UFRJ, destaca- se a Cidade Universitária (CIDUNI), que abriga somente no Parque da Mata Atlântica Frei Vellozo – Catalão, área de preservação de relevante interesse da Instituição, 17 hectares de Mata Atlântica. Além disso, abrange 5,5 km de praias e 12 km de franja de manguezal, além das áreas de restinga, banhados pela Baía de Guanabara. Na CIDUNI, já foram registradas mais de 200 espécies de aves e mais de 185 espécies arbóreas nativas e exóticas.
Visando a proteção desses ecossistemas, o Plano Diretor 2030 (PD30 UFRJ) definiu uma faixa de amortecimento de 30 metros a partir da borda interna da área do ecossistema. O PD30 trouxe ainda como diretrizes a recuperação do solo, o desenvolvimento de Projetos para o levantamento e mapeamento da biodiversidade, a preservação do Parque da Mata Atlântica Frei Vellozo – Catalão, o plantio de árvores nativas com mudas produzidas pelo Horto da Prefeitura da UFRJ e a implementação de Planos e Projetos como o Plano Diretor Ambiental Paisagístico para a Cidade Universitária (PDAP), Parque da Orla e o Polo de Meio Ambiente e Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (POMARS).
Atualmente, os grandes desafios enfrentados pela UFRJ para manutenção dos ecossistemas estão relacionados à grande quantidade de lixo flutuante proveniente da Baía de Guanabara, que é trazido pela maré e depositado na orla das praias da CIDUNI, e o controle das espécies invasoras, com destaque para a Leucaena leucocephala (leucena), espécie que promove a homogeneização da flora devido sua alta capacidade competitiva, causando perda de biodiversidade. Nesse aspecto, a regularidade dos serviços prestados nos contratos de coleta e destinação de resíduos e de manutenção de áreas verdes são essenciais para lidar com esses desafios.
Finalmente, ao celebrar o Dia Internacional da Biodiversidade, a UFRJ reafirma seu compromisso com a preservação do meio ambiente, mobilizando toda comunidade universitária e atuando em rede com diversas instituições, governo e sociedade para alcançar esse objetivo.
Orla nos fundo da Escola de Educação Física e Desportos| COUA/PU/UFRJ
O prefeito da UFRJ, Marcos Maldonado, em nome da Prefeitura Universitária, presta a sua homenagem ao Dia Internacional da Mulher, agradecendo as trabalhadoras que fazem a UFRJ acontecer – especialmente as que compõem seu quadro de pessoal – lutando diariamente pela igualdade de direitos, respeito, justiça, inclusão e valorização profissional.
A vocês que resistem, enfrentando as dificuldades da desigualdade de gênero com força e coragem, o nosso apoio, a nossa admiração, e o nosso mais sincero e justo agradecimento!
Iniciar um detalhado levantamento energético em todos os prédios da universidade e fomentar a introdução de disciplinas ligadas ao tema da sustentabilidade nos cursos de graduação são duas ações imediatas da recém-criada Política de Sustentabilidade e Educação Regenerativa (SER/UFRJ), aprovada em dezembro pelo Conselho Universitário. Mais do que buscar formas de reduzir o consumo e os gastos com energia elétrica e água — uma demanda urgente da reitoria —, a nova política tem como foco uma mudança de comportamento em todo o corpo social da UFRJ, com a pretensão de que essa mudança se espalhe pela sociedade.
“É um desafio muito grande? Sim, é uma utopia. Mas é viável e ela tem que ser perseguida. Não temos outra opção. Se não reduzirmos a emissão de gases de efeito estufa e encontrarmos formas de sequestrar o carbono da atmosfera, nós vamos ter catástrofes num futuro próximo. Fortes ondas de calor, enchentes e queimadas, por exemplo. Temos que nos reeducar. A educação é o motor dessa transformação. Nosso foco é uma mudança de comportamento na UFRJ, por meio da sensibilização, e daí para a sociedade”, acredita o professor Francisco Esteves (Nupem/CCS), coordenador da SER/UFRJ.
LEVANTAMENTO Vinculada diretamente à reitoria, a coordenação da SER/UFRJ vai atuar com o apoio de seis câmaras técnicas (veja abaixo), que vão gerar conteúdos e recomendações relacionados às ações de sustentabilidade e educação regenerativa. Uma delas, sob a coordenação da professora Susanne Hoffmann (EQ/CT), é a Câmara Técnica de Planejamento e Gestão Ambiental. Caberá a ela a elaboração de um diagnóstico sobre as condições de uso de energia elétrica em toda a UFRJ.
AFINADOS Susanne e Francisco integram a equipe da SER/UFRJ e querem sensibilizar para a mudança – Foto: Alexandre Medeiros
É um trabalho e tanto, mas experiência não falta. A professora Susanne vem trabalhando há muitos anos no Plano de Logística Sustentável (PLS), um programa governamental criado em 2012 e obrigatório para órgãos federais. “Quem estava com essa incumbência aqui na UFRJ era um grupo pequeno na prefeitura, sem estrutura e pessoal suficiente para essa tarefa. Cheguei à equipe da SER/UFRJ por conta desse histórico e do diagnóstico que temos do consumo de água e energia elétrica, ainda bem inicial”, diz a professora.
De acordo com as informações mais recentes levantadas no âmbito do PLS, a UFRJ tem acentuadas desigualdades no consumo de energia elétrica entre suas unidades. Se o Restaurante Universitário Central, pelo uso intensivo, tem alto consumo, prédios como o IFCS e o JMM têm baixo consumo. “Esses prédios estão em situação precária, não têm climatização e até iluminação adequadas. Nesses lugares é preciso aumentar o consumo para garantir um bom ambiente para o estudo. Por outro lado, temos prédios onde há excessos ou desperdício, onde é preciso cortar. Temos que equilibrar isso, ter um olhar mais cuidadoso. Deixar um ar-condicionado ligado, por exemplo, pode passar despercebido aqui, jamais passaria em uma residência”, exemplifica Susanne.
Segundo a docente, a inspeção energética pode identificar gargalos e apontar soluções, algumas simples e de baixo custo. “Esse levantamento pode ser feito com equipes também compostas por alunos, estagiários, bolsistas. No CT, por exemplo, há várias salas com somente um interruptor para diferentes gabinetes. Era uma sala grande que foi dividida. Às vezes uma só pessoa trabalha com vários gabinetes com a luz ligada, algo simples de ser corrigido, e barato. A inspeção pode detectar isso e sugerir correções”.
Susanne Hoffmann sustenta que o consumo de energia elétrica na UFRJ não pode ser considerado “exagerado”. “A conta parece muito alta, mas quando a gente olha a conta per capita, a quantidade de alunos que atendemos, essa conta não é muito além do que se espera para uma universidade do nosso tamanho. Isso precisa ser desmistificado. Temos problemas internos, sim. Temos que aumentar nossa rede de medidores de energia. Temos 70 mil pessoas para 65 medidores, aproximadamente. Não é possível mensurar quem exagera ou não no consumo. Precisamos fazer análises mais detalhadas dentro dos prédios, identificar onde é possível usar a energia elétrica de forma mais inteligente. Não vamos reduzir pela metade a conta de energia da UFRJ, pois há lugares em que o consumo precisa subir para garantir condições adequadas, e outros onde ele vai diminuir. Mas talvez consigamos reduzir em 10% ou até 20%”.
No ano passado, os gastos da UFRJ com energia elétrica e água bateram R$ 136 milhões e as concessionárias chegaram a suspender o fornecimento por falta de pagamento. Em 7 de janeiro, o reitor Roberto Medronho reuniu-se com integrantes da coordenação da SER/UFRJ, além do ETU e da Prefeitura Universitária, para definir ações de uso racional da energia elétrica e da água. A inspeção energética foi uma das ações propostas no encontro.
MODELO Ao mesmo tempo em que uma inspeção pode indicar soluções para o uso racional de energia elétrica nos campi, a SER/UFRJ vai trabalhar nas instâncias de decisão da universidade para introduzir disciplinas ligadas à sustentabilidade e à educação regenerativa nas grades curriculares. “O reitor Roberto Medronho procurou o Instituto de Biologia com o intuito de montar um grupo de trabalho para propor uma política para a UFRJ, uma das poucas universidades brasileiras que não tinha uma diretriz estabelecida nesse tema. Fizemos um levantamento e percebemos que as políticas de sustentabilidade de muitas universidades tinham como foco a gestão dos recursos, mas que não tinham um componente que nós incorporamos na nossa política: a educação”, contra o professor Francisco Esteves.
O coordenador da SER/UFRJ acredita que a universidade poderá quebrar paradigmas com mudanças curriculares. “Fizemos apresentações em todos os centros. No CT, um professor da Escola Politécnica veio me procurar após a apresentação e disse assim: ‘A ideia é fantástica. Mas aqui formamos engenheiros que não têm ideia do que é isso. Temos várias disciplinas de Cálculo e nenhuma de Sustentabilidade’. Esse é o desafio. O currículo precisa ser mudado. Vamos induzir essa discussão e mostrar que há necessidade de introduzir a Sustentabilidade em todas as áreas do conhecimento, mudando as grades curriculares, algumas mantidas como eram nas décadas de 60 e 70 do século passado. Temos que mostrar aos alunos, ao longo da graduação e da pós-graduação, que o homem se afastou da natureza e que tem que se reconectar com ela”, defende Esteves. Na visão da SER/UFRJ, a Ilha do Fundão, maior campus da universidade, tem tudo para se tornar um modelo de sustentabilidade. “Temos aqui um potencial enorme. O Fundão é um lugar maravilhoso para ser um campus sustentável. Temos grandes áreas verdes, interface com o mar. Poderíamos ter um grande pátio de compostagem aqui para aproveitamento de resíduos. Temos a Ilha do Catalão, um espaço incrível. Podemos tornar o Fundão um modelo de sustentabilidade”, vislumbra Susanne Hoffmann.
POR DENTRO DA SER/UFRJ: ESTRUTURA, RECURSOS E EQUIPE
A nova Política de Sustentabilidade e Educação Regenerativa deu seu pontapé inicial em outubro de 2023, quando a reitoria reuniu especialistas no tema e instituiu um grupo de trabalho para definir os parâmetros da diretriz. A partir de oficinas ampliadas, esse grupo chegou ao modelo da política aprovada pelo Consuni em 12 de dezembro do ano passado, em que a educação está no centro da gestão ambiental da universidade.
A SER/UFRJ prevê que os conceitos e práticas voltados para a sustentabilidade e para a educação regenerativa devem ser integrados às atividades de ensino, pesquisa, extensão, inovação, gestão, governança, planejamento e gerenciamento de projetos e obras da UFRJ. Além da Coordenação Geral, pilotada pelo professor Francisco Esteves, a SER/UFRJ tem um Comitê Executivo, um Fórum e seis câmeras técnicas.
O Comitê Executivo é composto por um representante docente de cada centro e por dois alunos indicados pelo DCE Mário Prata e pela Associação de Pós-Graduandos (APG), além da Coordenação Geral. Já o Fórum é um órgão consultivo que reúne a Coordenação Geral, o Comitê Executivo e as câmaras técnicas.
As seis câmaras temáticas vão municiar a Coordenação da SER/UFRJ com propostas em várias áreas. “Estamos abertos para receber adesões de alunos, técnicos e professores para nos ajudar na execução da política”, convoca o professor Francisco Esteves. São elas: Ambientalização Curricular e de Pesquisa: será dela a tarefa de propor mudanças curriculares na graduação e também na pós-graduação e extensão. Planejamento e Gestão Ambiental: ficará com a missão de fazer a inspeção energética e sugerir planos de ação para mitigar e evitar passivos ambientais, além de contribuir para a elaboração do Plano Diretor e do Plano de Logística Sustentável. Transição e Futuros Sustentáveis: tem a missão de fomentar uma cultura de sustentabilidade nos campi e unidades externas da UFRJ, inclusive estimulando a formação de parcerias. Comunicação, Escuta Socioambiental e Cultural: vai trabalhar para fortalecer os laços de comunicação, participação e integração dentro da comunidade universitária, contribuindo para a construção de uma universidade mais democrática, sustentável, inclusiva e diversa. Prevenção e Enfrentamento de Desastres Naturais e Emergências Ambientais e Sanitária: vai auxiliar na elaboração de metas e planos de adaptação e mitigação frente às mudanças climáticas, assim como no enfrentamento de situações de desastres. Estratégia de Implementação da Política SER/UFRJ: vai coordenar a elaboração do plano de implementação da política.
A SER/UFRJ terá uma estrutura de apoio para captação de recursos por meio de editais de fomento como os do Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica), do Ministério de Minas e Energia.
EDUCAÇÃO REGENERATIVA É DIFERENCIAL DA NOVA POLÍTICA
A inserção da Educação Regenerativa na SER/UFRJ é um “pulo do gato” em relação a diretrizes da mesma temática de outras universidades brasileiras e mesmo do exterior. Um amplo levantamento feito pela equipe da SER/UFRJ mostrou que esse é um diferencial, já que as políticas existentes têm foco na gestão dos recursos. “A articulação entre ensino, pesquisa, extensão e inovação será prioritária para que a Educação Regenerativa passe a vigorar nos currículos, no pensamento e na ação da comunidade universitária”, defende Francisco Esteves.
Foi fundamental para a conceituação de Educação Regenerativa o estudo feito pelo professor Guto Nóbrega (EBA), vice-decano do CLA, a partir do qual ficou evidente a necessidade de introduzir a temática da Sustentabilidade nos currículos da UFRJ.
“Ao pensarmos no ambiente da UFRJ devemos considerar a sua força motriz, que é a produção de conhecimento. Estamos falando de práticas educacionais que muitas das vezes são operadas por uma lógica de pesquisa pautada na produtividade e a eficiência. São valores que talvez mereçam ser parametrizados por uma outra temporalidade, menos quantitativa e maquínica, mas mais próxima da natureza e seus ciclos. Para tal feito necessitamos reorientar nossos currículos”, sustenta Guto Nóbrega.
ROMPER BARREIRAS O professor da EBA argumenta que os saberes tradicionais, como os dos povos originários, devem ser incorporados à lógica da academia. “Temos o saber científico, mas também os saberes locais, tradicionais, ancestrais. É papel de uma educação regenerativa e sustentável resgatar tais saberes e reintegrá-los ao lugar de fala da produção de conhecimento”.
Guto Nóbrega sabe que não será fácil incorporar essa visão aos rígidos padrões da academia, mas acredita que a SER/UFRJ possa romper barreiras. “O que é imperativo é uma nova filosofia que promova a mudança necessária no indivíduo, para que possamos a partir nosso lugar de ação transformar nosso ambiente comum. São pequenas mudanças que, somadas pouco a pouco, podem desencadear a transformação comportamental que desejamos para benefício da planeta. Isso se dá no domínio da educação, uma educação regenerativa”.
O professor Francisco Esteves reforça a crença. “Nosso objetivo é efetivamente fortalecer o legado da UFRJ na sociedade com nossas ações e, para tanto, a formação de nossos estudantes, da educação básica à pós-graduação, precisa ter como cerne a sustentabilidade”, diz ele.
Além de Francisco Esteves, Susanne Hoffmann e Guto Nóbrega, integram a equipe de coordenação da Política SER/UFRJ os professores Laísa Freire (IB/CCS), Thiago Gomes (Instituto Politécnico/UFRJ-Macaé), Andrea Borde (FAU/CLA), Jussara Lopes (IQ/CCMN), Fátima Bruno (FACC/CCJE) e Marcelo Côrtes (CAp/CFCH).
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) foi eleita a universidade federal mais sustentável do Brasil no ranking da QS Universities, instituição que anualmente avalia a qualidade de universidades ao redor do mundo. Além de liderar entre as universidades federais, a UFRJ alcançou a sétima posição entre todas as instituições de ensino superior da América Latina.
No contexto nacional, a UFRJ ficou em tereceiro lugar, atrás apenas da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Entre os critérios analisados pela QS Universities, destacaram-se aspectos como “troca de conhecimentos” — categoria que no Brasil está associada ao conceito de extensão universitária, envolvendo o diálogo e a troca de saberes com a sociedade —, no qual a Universidade obteve 95,2% da pontuação máxima. Outro ponto de destaque foi “boa governança”, que avalia fatores como transparência administrativa, participação estudantil e a consolidação de uma cultura de ética. Nesse quesito, a UFRJ alcançou nota 90,2.
A instituição também teve excelente desempenho em outras categorias. Em “pesquisa em meio ambiente”, que avalia a relevância de estudos desenvolvidos na área ambiental, a UFRJ obteve nota 85,3. No quesito “saúde e bem-estar” — que considera não apenas pesquisas em saúde e nutrição, mas também a oferta de locais acessíveis de alimentação e serviços de saúde nos campi —, a Universidade recebeu nota 81,1. Já em “equidade”, foram analisados critérios como a proporção de mulheres em cargos de liderança, a distribuição de gênero entre alunos e professores, além de políticas de inclusão e pesquisas sobre o tema, alcançando 80,4 pontos.
Compartilhamento de conhecimentos com a comunidade é destaque na UFRJ | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)
“Nossa meta é ter uma universidade cada vez mais sustentável, em todas as áreas do conhecimento. É por isso que o ‘compromisso com a sustentabilidade social e ambiental’ aparece como um dos valores da UFRJ, presente no novo Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) 2025-2029, que será apreciado em breve no Conselho Universitário (Consuni)”, explica a vice-reitora da Universidade, Cássia Turci.
No cenário global, a liderança do ranking ficou com a Universidade de Toronto, no Canadá. O país, assim como diversas nações europeias, concentra a maior parte das instituições consideradas mais sustentáveis entre as 1.740 avaliadas em todo o mundo. Na América Latina, além da USP e da UFRJ, outras universidades de destaque incluem a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que ocupa a quarta posição, e a Universidade de Brasília (UnB), classificada em décimo lugar na região. Também figuram entre as melhores instituições latino-americanas universidades do México e do Chile. Confira, ao final da matéria, o top 10 global e da América Latina.
Top 10 – QS Sustainability Ranking Global
1º – Universidade de Toronto, Canadá 2º – Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, Suíça 3º – Universidade de Lund, Suécia 4º – Universidade da Califórnia, Estados Unidos 5º – University College London, Reino Unido 6º – Universidade da Colúmbia Britânica, Canadá 7º – Imperial College London, Reino Unido 8º – Universidade de Edimburgo, Reino Unido 9º – Universidade de Manchester, Reino Unido 10º – Universidade de Melbourne, Austrália
Top 10 – QS Sustainability Ranking América Latina e Caribe
1º – Universidade de São Paulo, Brasil 2º – Universidade Nacional Autônoma do México, México 3º – Pontifícia Universidade Católica do Chile, Chile 4º – Universidade Estadual de Campinas, Brasil 5º – Universidade dos Andes, Colômbia 6º – Instituto Tecnológico de Monterrey, México 7º – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil 8º – Universidade do Chile, Chile 9º – Universidade de Concepción, Chile 10º – Universidade de Brasília, BrasiL