O Paleontólogo estará à frente do Museu Nacional como diretor no quadriênio 2018/2021
ALEXANDER KELLNER ASSUME DIREÇÃO DO MUSEU NACIONAL
8.2.2018
Assessoria de Imprensa do Museu Nacional
O Paleontólogo Alexander Kellner é o novo Diretor do Museu Nacional/UFRJ. A posse foi nessa quarta-feira (07/02) em cerimônia reservada no gabinete da Vice-reitora da UFRJ, Prof.ª Denise Fernandes Lopez Nascimento.
Kellner, que estará à frente do Museu Nacional no quadriênio 2018/2021, foi o vencedor (com 63,72% dos votos) na consulta realizada em setembro passado, junto ao corpo social da instituição, com a chapa 1 – Para além dos 200 anos: Revitalizando o Museu Nacional.
A nova direção conta ainda com os professores Cristiana Serejo (Vice-diretora), Luiz Fernando Dias Duarte (Diretor Adjunto Técnico-Científico), Lygia Dolores Ribeiro de Santiago Fernandes (Diretora Adjunta de Ensino) e o Museólogo Wagner William Martins (Diretor Adjunto Administrativo).
As atividades em comemoração aos 200 anos do Museu Nacional, este ano, e a revitalização da instituição estão entre as prioridades para o início do mandato. Segundo Kellner, em entrevista à rádio CBN, é necessário mudar o Museu Nacional. “Por que a população brasileira não pode ter um museu de história natural de grande porte, bacana como nos outros países? Por que só a elite pode viajar pra fora e ver esses museus fantásticos? Não há justificativa”, afirmou o novo diretor.
SOBRE O NOVO DIRETOR DO MUSEU NACIONAL
Há 20 anos no Museu Nacional, Alexander Kellner foi Chefe de Departamento de Geologia e Paleontologia (DGP/MN), Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Zoologia (PPGZoo/MN), membro da Congregação como representante eleito de professores Assistentes, Adjuntos e Associados. Atualmente é Professor Titular da instituição e membro da Academia Brasileira de Ciências.
Iniciou atividade científica em 1982, dedicando-se ao estudo de vertebrados fósseis. Realizou tese de mestrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, revisando os pterossauros de depósitos brasileiros e concluiu tese de doutorado pela Columbia University em programa conjunto com o American Museum of Natural History, com um estudo inédito sobre as relações filogenéticas deste grupo. Organizou o primeiro workshop (Pittsburgh, 1995) e o primeiro simpósio sobre pterossauros (Nova Iorque, 1996). Participou na organização de vários congressos científicos, como o 31st International Geological Congress (Rio de Janeiro, 2000) e o 2o Congresso Latino-americano de Paleontologia de Vertebrados (Rio de Janeiro, 2005), do qual foi o presidente.
Ingressou no Museu Nacional em 1997, onde desempenha atividades de pesquisa, ensino e extensão. Desde 2007 ocupa a posição de Editor Chefe dos Anais da Academia Brasileira de Ciências. Coordenou a exposição “No Tempo dos Dinossauros”, na época a mostra científica temporária mais visitada no Brasil (220.000 visitantes) e organizou a montagem do primeiro dinossauro de grande porte do país (Maxakalisaurus topai) para o qual recebeu o Voto de Aplauso do Congresso Nacional (2006).
Desenvolve linhas de pesquisa com répteis fósseis, sobretudo pterossauros, dinossauros e crocodilomorfos. Entre as principais descobertas está o dinossauro Santanaraptor (1999) com músculos e vasos sanguíneos fossilizados, o pterossauro Thalassodromeus (2002), base para estudos sobre a fisiologia, e uma nova teoria sobre a competição entre aves primitivas e pterossauros (1994 – 2005). Descreveu mais de 60 espécies novas, tendo estudado material da Mongólia, Irã, Marrocos, Líbano, China, Argentina, Chile, Venezuela, Estados Unidos, Austrália, Antártica e Espanha, entre outros. Organizou e/ou participou de expedições para os mais diferentes pontos do planeta como os desertos do Atacama (Chile) e Kerman (Irã), Liaoning (China) e a Ilha de James Ross na Antártica. No Brasil, realizou atividade de coleta do norte ao sul do país.
Além da intensa atividade acadêmica, atua na divulgação científica através de palestras e artigos populares como a coluna mensal Caçadores de Fósseis (Instituto Ciência Hoje). Orienta alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado.
Possui parcerias com cientistas brasileiros das principais instituições de pesquisa nacionais como também do exterior. Possui mais de 800 publicações (incluindo resumos, editorias e artigos populares), sendo mais de 200 artigos originais, publicados nas principais revistas científicas tais como Nature, Science e PNAS. Dos livros destacam-se os títulos Pterossauros – os senhores do céu do Brasil (Editora Vieira & Lent) e os romances Na terra dos titãs e Mistério sob o gelo (Editora Rocco).
Devido a sua atividade concedeu centenas de entrevistas. Também organizou documentários sobre a pesquisa paleontológica entre os quais Caçadores de Dinossauros e Expedição Antártica – o verão de 70 milhões de anos (produtora Terra Brasilis).
Pela sua atividade recebeu vários prêmios e homenagens, tendo sido eleito Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências, Membro Honorário da New York Paleontological Society e da Sociedad Paleontologica de Chile, e Pesquisador Associado do American Museum of Natural History e do Institute of Vertebrate Paleontology and Paleoanthropology (IVPP, China). Também foi admitido na classe de comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico (2008/ outorgado em 2010) e recebeu o prêmio da The World Academy of Sciences (TWAS) na categoria de Ciências da Terra de 2010, tendo sido eleito para membro da TWAS em 2013.