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Edifício da Escola de Educação Física e Desportos fica fechado para vistorias

Engenheiros examinam as estruturas para descartar possibilidade de novos incidentes

Engenheiros do Escritório Técnico da Universidade (ETU) realizam uma série de visitas ao prédio da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD) para analisar as condições estruturais da edificação a fim de assegurar o regresso às atividades acadêmicas presenciais, sem riscos e em total segurança, a partir de segunda-feira (18/9).  A direção da unidade optou por suspender as aulas ao longo da semana, acatando recomendação do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil, desde a queda de parte da marquise da ala onde é realizado o curso de Dança, na última quarta-feira (6/9).

De acordo com o diretor do ETU, Roberto Machado Corrêa, as principais causas do desmoronamento apontam para uma obra nos beirais, realizada no passado, com construção de platibanda (faixa horizontal que emoldura a parte superior de um edifício para esconder o telhado). “Fissuras no concreto atingiram as armaduras do beiral, que ficaram expostas ao tempo e acabaram corroídas. Havia também o enchimento de entulho e adição de placas de concreto, aumentando o sobrepeso. Consequentemente,  a estrutura não suportou os esforços e colapsou. Convém observar que a estrutura contígua da laje só não é protegida por telhas na parte dos beirais”, destacou ele.

O edifício foi inaugurado em 1972 e a vida útil das estruturas de concreto armado é de 50 anos. “No passado, houve danos causados por infiltrações de águas das chuvas e corrosão das armaduras, cujas estruturas só foram reparadas por volta de 2012. Depois disso, o prédio não teve manutenção preventiva”, ressaltou o diretor do ETU.

A diretora da EEFD, Kátia Gualter, informou que processos foram abertos para alertar sobre problemas estruturais do prédio, mas a falta de recursos sempre surge como empecilho para impedir uma  reforma completa. “É notório que o contingenciamento de verbas para a universidade foi absurdo nos últimos anos. Aliás, para todos os espaços públicos de ensino, que sofrem com os cortes”, enfatizou.

Embora o incidente tenha ocorrido em uma área isolada, a recomendação era de interditar todo o prédio para verificar possíveis novos  problemas. “Não há riscos de outros desabamentos iminentes, mas, por precaução, a direção da unidade, a Prefeitura da UFRJ e o ETU, mediante o laudo preliminar da Defesa Civil, decidiram manter o prédio interditado até o dia 17/9.  Só após a análise do ETU concluída, demonstrando as reais causas do desmoronamento, teremos a certeza se há necessidade de manter parte ou todo o prédio fechado”, informou a diretora da EEFD.

A professora Kátia Gualter lembrou que o incidente não deixou ninguém ferido, apesar de algumas atividades estarem sendo realizadas nas proximidades quando a marquise desmoronou. “A decania do CCS e a Administração Central não estão medindo esforços para atender às demandas da EEFD neste triste episódio. Realizaremos um Conselho Departamental presencial e aberto, na terça-feira, dia 12/9/2023, às 14h, no auditório Almir Fraga Valladares, bloco N do CCS, para ouvir o nosso corpo social”, encerrou.